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quinta-feira, 17 de março de 2011

Um pouco mais de História...

Hoje recebi mais um postal. Do Postcrossing, claro. 

Thousand Islands 
Mostra um sítio famoso pela sua beleza - a região de Thousand Islands, um arquipélago constituído por 1793 ilhas ao todo (!) que se estende ao longo da fronteira entre os Estados Unidos e o Canadá no rio de S. Lourenço. 
O postal não lhe faz necessariamente justiça mas as palavras de orgulho de quem o envia são evidentes.



A minha correspondente enviou-o porque percebeu que tenho um certo gosto por castelos e, por isso, salienta o facto de Boldt Castle ser um castelo digno de ser visitado e que tem esperança que eu um dia o faça. 


File:Boldt castle 2.jpg

Boldt Castle é uma construção moderna, data de 1900, cheia de um espírito romântico medieval, erigido para a mulher do proprietário e cuja construção é abruptamente interrompida pela morte fora de tempo da sua destinatária. Esteve ao abandono durante 73 anos e foi entretanto adquirido pela Thousand Islands Bridge Authority, pela espantosa quantia de um dólar, com o compromisso de o restaurar para "que as futuras gerações pudessem usufrui-lo". 


Torres do Castelo de Ourém. Wikipedia
Castelo de Ourém
Aqui entra a História. 
Quantos castelos temos nós, não com um século mas muitos séculos de existência, testemunhas de uma história construída, pelos quais ninguém se interessa e não dá sequer "um tostão furado"?
Quantos nem sequer necessitaram de ser adquiridos porque já eram pertença de organismos que os têm deixado ao abandono?
Quantos lugares não assinalados foram cenário ou protagonistas de momentos que ninguém lembra?
E é pena que, em muitos que visitamos, o espírito e a alma do lugar já esteja morto. É difícil imaginar cavaleiros e castelãs a habitá-los, gente a viver naqueles lugares.  


Devemos realmente ter História a mais. 
Tanta, que a deitamos fora, a esquecemos e ignoramos, como se tivéssemos vergonha dela.


Acho que não precisamos de dezenas de bandeiras, como os Franceses, ou de bandeiras em canecas, pins, sacos ou tampas de sanita, como os Ingleses, de a adorar e lhe jurar obediência, como os Americanos. 
Mas um pouco de orgulho não nos fazia mal nenhum. 
Acho aliás, que nos tempos que correm, andamos a precisar muito dele.




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