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quinta-feira, 31 de março de 2011

Chegou o verão...



Claro que só estamos no principio da primavera mas o dia amanheceu com o ar azul dos dias de verão. 
Deve ser por isso que em tempos houve uma série chamada Verão Azul, de que o Nuno Markl fala muito, destinada aos teenagers de há vinte anos, mas de que eu não tenho recordação para além de umas imagens soltas. Acho que por essa altura também já não era teenager.

Ora bem, logo de manhã, como eu ia dizendo, o dia prometia um verão antecipado.


Mas não esquecer que estamos em Santa Cruz.
Os pilares do muro estavam coberto de humidade, os puxadores escorriam água e o ar tinha aquela tonalidade embaciada que vemos quando vamos para a praia muito cedo.
Saí e reentrei a correr para ir buscar um cachecol. Em vez de ir para a praia fui dar umas aulas a Penafirme.
Se calhar valia mais ter ido para a praia.

Logo na primeira aula o quadro estava cheio de pedidos para irmos lá para fora porque “está tudo sem vontade de fazer nada e lá fora está tão bom...”. Ultrapassadas as dificuldades, lá demos uma aula meia “rascóide” com um punhado de gente a ouvir-me e outro punhado a divagar.
No intervalo havia gente a correr de excitação, a tirar casacos e camisolas, enquanto outros (outras) se sentavam pelos campos, de cara virada para o sol, a tentar o bronzeado rápido, estilo pimentão. Foi com um ar bastante “apimentado” que muitos apareceram nas aulas seguintes. Mas não era só a cor, era também a disposição, preguiçosa, arrastada, e mole, mas simultâneamente excitada e exuberante de quem vem a rasto das hormonas.
Por fim o dia lá chegou ao fim e lá foi toda a gente a correr com as hormonas para os autocarros. Bendito silêncio!

Quando entrei no carro o termómetro marcava 22,5. Mesmo para Penafirme é obra. Achei que merecia meia hora de tréguas. Vim a casa buscar a máquina e dei uma corrida a Santa Cruz.
A paisagem não é nova mas retrata o dia magnifico que hoje esteve.


Aliás bastava olhar para o parque de estacionamento do Mirante – sabe-se que o número de carros está na proporção directa da intensidade do sol. Hoje havia muitos, estacionados das mais “coloridas” maneiras, despejando gente animada, com ar de férias ou de quem não faz nada na vida (invejosa!).
O mar não dava tréguas. Fazia-se ouvir ao longe e não havia quem lhe chegasse. Quem descia à praia passava de largo, como se estivesse a atravessar um território que não era seu (o que, aliás, é sempre  verdade).


Dei uma volta mais larga e descobri que o caminho para o Alto da Vela é agora uma bela estrada larga e alcatroada, que estão a ajardinar a arriba sobre a Formosa, que há casas novas na estrada frente ao mar, algumas com formas estranhas e inusitadas, mas interessantes, e que também por ali havia mais gente como eu a olhar para o brilho do mar.


Tirei umas fotos que aí deixo. Dá para matar saudades.

É que no sábado, de acordo com a meteorologia, a chuva vai voltar...



domingo, 27 de março de 2011

Mais recordações...

Há coisas espantosas!
Sabe Deus porque "carga de água" estas duas próximas canções me têm ultimamente assolado a memória, e a um tal ponto, que me levaram a, clandestinamente, ter surripiado um dos CDs (CD's ?) para poder ouvi-lo clandestinamente no carro.

Recordações ou não, o facto é que me enchem de satisfação e me lembram que, mesmo em momentos menos bons, há coisas que nos devolvem a boa disposição.
Ás oito da manhã, por exemplo, nada melhor que uma destas músicas para nos encher de energia (não de nostalgia...).

Então vejamos... esta...



... ou esta?...



Indiscutivelmente ESTA!




Podemos sempre dançar, claro, mas não é muito aconselhável quando se vai a conduzir.
Além disso, já basta a figura que fazemos a cantar em altos berros, sozinhos ao volante, para pôr os cabelos em pé a quem quer que se cruze connosco.
Mas que dá boa disposição, não há quem duvide.

E que me trazem as melhores recordações do mundo, nem é preciso afirmar...

sexta-feira, 25 de março de 2011

Recordações?

Aqui sentada em cima da cama, depois de ver o seguinte vídeo no Facebook, devo dizer que me sinto um pouco nostálgica. No bom sentido, perceba-se. :)


Depois disto, embrenhei-me no Youtube a ouvir músicas que há muito tempo não ouvia...

Começando a minha incursão ao Youtube, com:


e depois inspeccionando os videos recomendados...

e obviamente:


e depois uma selecção de algumas outras músicas que marcaram a minha infância... :)












E como não podia deixar de ser:



E ainda a descoberta de algumas outras versões desconhecidas:


(a melhor versão do Aladino)





Enfim... versões... diferentes... provavelmente tão icónicas como as portuguesas para mim... no entanto, não quero acabar este post sem relembrar três das que mais me surpreenderam:






(porque o google não me deixa pôr o vídeo aqui... :S)


This is Pixsburg, Pensivania gowen aht... see yinz tomorrow!

quinta-feira, 24 de março de 2011

I've got mail...

Todos sabemos que todas as caixas de correio são verdadeiras caixinhas de surpresas. Principalmente porque têm sempre lá dentro coisas surpreendentes que nenhum de nós pediu e poucos se interessam, como as últimas promoções do supermercado ou da loja de ferragens, ou coisas que gostávamos de não receber como, por exemplo, as muitas contas que temos para pagar ou os extractos bancários que têm sempre menos dinheiro do aquele que nos faz falta.

Pois é. A minha caixa de correio também tem essas coisas, mas felizmente tornou-se, de há uns tempos para cá, uma verdadeira caixa de surpresas. Das agradáveis.

Quando hoje cheguei a casa, depois de uma reunião geral de professores e funcionários onde se desenharam cenários futuros que nenhum de nós quer enfrentar, a minha caixa tinha lá umas surpresas para me levantar a moral.

Lá dentro estava um envelope almofadado com um presente da minha amiga Elfriede, de Viena.
Não, garanto que não me estou a "vangloriar" num acto de vingança mal amanhada por causa de meia dúzia de fotos de Nova York e Pittsburgh...
Então vejamos.
Aberto o envelope descobri lá dentro, para além de uma bela colecção de postais de Viena, estas pequenas preciosidades:

Um bloco filatélico Áustria - Hong Kong, celebrando o fogo de artifício, reproduzido nos selos por pequenos grãos, pouco mais que poalha, brilhando como diamantes...


... um selo holográfico celebrando a Vénus de Willendorf...


e um porta chaves profundamente vienense...


Garanto que não encomendei nada disto. Nem os postais, nem o marca livros de Schönbrunn...
Aliás seria impensável encomendá-los.

Ir lá buscá-los já seria uma hipótese a considerar.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Happy Birthday, Manhattan!


200th Birthday for the Map That Made New York


http://www.sempretops.com/cultura/fotos-de-manhattan/

Foi há duzentos anos, numa terça feira, 22 de Março de 1811, que os comissários das ruas da cidade de Nova York certificaram a matriz que viria a transformar Nova York na cidade dos ângulos.
A grelha rígida certificada pelos comissários promoveu um desenvolvimento sem paralelo ao estabelecer sete milhas de ruas com acesso regular e previsível. Os comissários concluíram nessa altura que Nova York "seria principalmente composta por habitações e que as casa de lados direitos e ângulos rectos são as mais baratas de construir e as mais confortáveis para viver".
Esta decisão viria a dar origem a uma geração de construtores que iria fazer subir o valor do terrenos em Manhattan de forma exponencial.


Afinal as cidades do Iluminismo eram isso mesmo: claras e simples, limpas e geométricas.
Quem quiser experimentá-las é dar um passeio pela baixa de Lisboa.


O New York Times tem na sua edição online um mapa interactivo que permite comparar a grelha proposta há 200 anos com a estrutura actual da cidade.
É só seguir o link...
Fonte: http://www.nytimes.com/2011/03/21/nyregion/21grid.html


Também o Wall Street Journal publica uma série extraordinariamente interessante de posters e mapas sobre o mesmo tema, alguns deles interactivos, e que vale apena consultar em
http://blogs.wsj.com/metropolis/2011/03/22/on-grids-birthday-beautiful-manhattan-maps/?mod=google_news_blog

Chegou a Primavera...


Chegou a Primavera? Não! Desta vez chegou a primavera. Foi "acordado" que se passará a escrever com minúscula. Coitada! Deve sentir-se um pouco despromovida. Também no estado em que o país está já estamos todos despromovidos. Já falta pouco para despromover o governo, embora isso signifique  a promoção de outros.
Voltando à primavera.
O tempo, que tem andado pouco aprimorado nos últimos tempos, encheu-se de primores para receber a dita prima: super-lua no sábado, calor e praia no domingo...
O horizonte tornou-se azul e as Berlengas desapareceram na bruma.

Santa Cruz preparada para receber a primavera...
Mas foi tudo sol de pouca dura.Hoje recebemos nova dose de nuvens que antecedem chuva, trovoada e instabilidade generalizada.

Mais uma vez não admira. Já estamos habituados.
O PEC 4, Plano de Estabilidade e Crescimento 4 (sequela de filmes anteriores, mal realizada, com maus actores/atores e um argumento do pior...), foi motivo de generalizada instabilidade dentro e fora do Parlamento, e a única coisa que cresceu foi o tom de voz das acusações que todos alegremente atiraram uns aos outros.
Acho que isto é tudo culpa da super-lua...
Provavelmente a esta hora de amanhã (quer dizer, daqui a umas horas... afinal já é amanhã...) não teremos governo. Mas ninguém vai dar pela diferença. Afinal também já andamos sem governo há uns tempos. Até mesmo há uns anos, talvez bem visto, há uns séculos... Cá por mim acho que até funcionávamos melhor em auto-gestão. Pelo menos poupávamos o dinheiro que pagamos a quem nos governa (ou desgoverna).
Será que dava para pagar as dívidas?

Bem, voltemos à realidade...

Recomeçando: chegou a primavera.

[mafalda_primavera.JPG]

Parafraseando a Mafaldinha "é tudo uma questão de informação!"
Ao olhar para o quintal parece-me que os canais de informação funcionaram muito bem este ano.
Há flores por todo o lado, das mais variadas cores e tamanhos, e nativas de várias estações do ano: continua a haver violetas e camélias,


...mas também há orquídeas e jacintos e botões de rosa.


E malmequeres e sardinheiras e lavanda. E, claro, urtigas.



O nosso quintal tem assim um certo ar de Portugal ao desgoverno: quem melhor se vai "safando" são as urtigas. Crescem por todo o lado, tanto se lhes dá que chova como faça sol, tomam de assalto qualquer nesga de terra num"chega pra lá" difícil de dominar.
Mas lá para o fim de semana calço as luvas, pego no sacho e no balde do lixo, e não há urtiga que resista.

Se chover, fica para a semana.

sábado, 19 de março de 2011

Outras viagens...


Alguém tem andado neste blog a abrir-me o apetite pela América (a dos States, claro...).
Tenho de dar a mão à palmatória que ver certas fotografias de Nova York e da rua tipicamente americana de Pittsburgh, com as suas casas de ar vitoriano e esquilos a saltitar nos relvados, me tem posto a saliva na boca e o coração a gemer.
Mas o facto é que, apesar de tudo, não é essa a América que eu gostava mais de experimentar. Convenhamos que gostava de a experimentar "toda", mas há algures uma América que me deixa fascinada e à qual eu sei que só muito dificilmente irei (para isso teria de ter uns tempos longos de férias e uma conta bancária bem recheada...). 

[Straight_story.jpg]
THe Straight Story (philip.greenspun.com)

Levei hoje para a minha aula do 12º um filme que já há uns tempos não via mas cujas imagens da América me ficam nos olhos mais que quaisquer outras : The Straight Story. A história do homem e do seu cortador de relva. E mais uma vez me encantei. Se calhar é da música ou da perspectiva, mas os horizontes largos dos milheirais, as pequenas cidades de ruas largas ladeadas de armazéns, as estradas a perder de vista (já sei!... são uma seca...) apelam mais aos meus olhos e aos meus sentidos. 



Ontario ou Iowa (2bp.blospot.com)
Talvez ali haja um pouco do "efeito Dinamarca" - a paisagem da Jutlândia não tem nada, é talvez a paisagem mais vazia que alguma vez vi. Mas o azul claro do céu, o dourado da terra acabada de ceifar, o silêncio, deram-me uma calma que nunca tinha sentido.


Para todos os efeitos babo-me. Com bandeiras e prédios vitorianos, com pedaços de história em cada esquina, com esquilos e arranha-céus a tapar o sol, tenho inveja de não poder aí estar.

Comecei este post ontem e já é hoje.

Então aqui fica o aviso.
Hoje é o dia da super-lua: de dezoito em dezoito anos a lua aproxima-se da Terra para nos oferecer um espectáculo de si própria, isto é, a lua com mais 14% (não, não significa catástrofes ou o fim do mundo...).
É não perder. Só daqui a dezoito anos haverá outro.

A partir das 19.30 num hemisfério perto de si. Entrada gratuita.

Para mais informações ver o video disponibilizado pela Nasa:

sexta-feira, 18 de março de 2011

Back To The Future?

Num país onde os Fortune Cookies são imensos, mesmo tirado da internet há que apreciar alguma da grande sabedoria destes sábios bolinhos!


Só a mim é que não me calham destes...

quinta-feira, 17 de março de 2011

Imagens com história?

Bem... antes de mais devo dizer que estou farta de programar em C. O compilador é uma autêntica treta que só dá erros completamente absurdos e que não deixa o utilizador trabalhar como deve de ser! Estou farta! Apetece-me atirar o compilador de C à cara de quem teve a infeliz ideia de o programar!

Enfim... como tal, vou tentar esvaziar a cabeça...

Está um autêntico dia de Primavera lá fora. Estão 16º... está um dia óptimo para se passear. Só dentro dos edifícios é que estamos nos trópicos porque de novo, o aquecimento está ligado em força como se estivesse a nevar lá fora...

Assim sendo, houve um curioso avistamento esta manhã... embora a nossa casa fiquem em Shadyside, mais parece que estamos em Squirlhill... porquê? Por causa deste simpático esquilo que posou tranquilamente para a minha máquina fotográfica... :)


Aparentemente são bastante comuns por estas bandas e não deixam de ser uma visão bastante animadora... lá vão eles saltando pelo meio das plantas com um ar bonacheirão... :)

Enfim... o esquilo foi à sua vida e nós fomos à nossa. No entanto, não quis deixar de fotografar as casas às quais me referia em relação à História. Então aqui vão elas. A primeira é aquela que acho mais típica, a segunda é a casa vizinha a essa que, embora não tão bonita, é do mesmo estilo:



Bem... claramente parece que devia ter posto mais zoom na fotografia... enfim... parece que se se clicar em cima das imagens, aparece a de tamanho original, pelo que pelo menos essa há de dar para ver...

As próximas fotografias de casas serão as das mais estranhas da rua... imaginem que alguém viu vários castelos e palácios e a seguir pôs todas as estátuas e pormenores da pedra, na mesma casa... fica um bocado estranho e folclórico, e acho que agora percebo porque é que as casas que vinham no sims eram tão irreais... ou melhor... afinal não eram irreais... eram só... Americanas...

This is Pixsburg, Pensivania gowen aht... see yinz tomorrow!

Um pouco mais de História...

Hoje recebi mais um postal. Do Postcrossing, claro. 

Thousand Islands 
Mostra um sítio famoso pela sua beleza - a região de Thousand Islands, um arquipélago constituído por 1793 ilhas ao todo (!) que se estende ao longo da fronteira entre os Estados Unidos e o Canadá no rio de S. Lourenço. 
O postal não lhe faz necessariamente justiça mas as palavras de orgulho de quem o envia são evidentes.



A minha correspondente enviou-o porque percebeu que tenho um certo gosto por castelos e, por isso, salienta o facto de Boldt Castle ser um castelo digno de ser visitado e que tem esperança que eu um dia o faça. 


File:Boldt castle 2.jpg

Boldt Castle é uma construção moderna, data de 1900, cheia de um espírito romântico medieval, erigido para a mulher do proprietário e cuja construção é abruptamente interrompida pela morte fora de tempo da sua destinatária. Esteve ao abandono durante 73 anos e foi entretanto adquirido pela Thousand Islands Bridge Authority, pela espantosa quantia de um dólar, com o compromisso de o restaurar para "que as futuras gerações pudessem usufrui-lo". 


Torres do Castelo de Ourém. Wikipedia
Castelo de Ourém
Aqui entra a História. 
Quantos castelos temos nós, não com um século mas muitos séculos de existência, testemunhas de uma história construída, pelos quais ninguém se interessa e não dá sequer "um tostão furado"?
Quantos nem sequer necessitaram de ser adquiridos porque já eram pertença de organismos que os têm deixado ao abandono?
Quantos lugares não assinalados foram cenário ou protagonistas de momentos que ninguém lembra?
E é pena que, em muitos que visitamos, o espírito e a alma do lugar já esteja morto. É difícil imaginar cavaleiros e castelãs a habitá-los, gente a viver naqueles lugares.  


Devemos realmente ter História a mais. 
Tanta, que a deitamos fora, a esquecemos e ignoramos, como se tivéssemos vergonha dela.


Acho que não precisamos de dezenas de bandeiras, como os Franceses, ou de bandeiras em canecas, pins, sacos ou tampas de sanita, como os Ingleses, de a adorar e lhe jurar obediência, como os Americanos. 
Mas um pouco de orgulho não nos fazia mal nenhum. 
Acho aliás, que nos tempos que correm, andamos a precisar muito dele.




quarta-feira, 16 de março de 2011

Um pouco de História…

Hoje de manhã quando saí de casa não pude deixar de notar, como todas as manhãs, nas casas da vizinhança… são as típicas casas americanas, tal e qual imaginava, com alpêndres, camas de rede, mesas e claro está, uma bandeira americana pendurada. Não é muito difícil imaginar a América do século XIX ou de início do século X… ou quiça mesmo antes nos séculos XVI e XVII, no tempo do Lincoln. Não é muito difícil imaginar as senhoras com os vestidos compridos e as sombrinhas aos ombros no século XVIII… Não é difícil. O cenário é o mesmo. A tecnologia é que mudou…

Carros passam nas estradas enquanto que o barulho ensurdecedor das obras enche a calma. Pessoas de um lado para o outro, correm com os fones nos ouvidos, ou simplesmente esperam pelos autocarros. No entanto, os cenários são históricos.

Um passeio pelas redondezas da CMU fez-me entender algo que nunca havia entendido. Nós Europeus, temos história por todo o lado. Temos história desde os primórdios dos humanos até aos dias de hoje. Temos dolmens, fóruns e ruínas. Temos castelos e palácios, temos tudo. Podemos ver e conhecer tudo. Desde o século X (ou mesmo antes) ao século XXI! Os americanos não… os americanos não são nada mais que filhos, netos, bisnetos de Europeus desesperados que atravessaram o Atlântico em busca de um sonho. De uma vida melhor… muitos só encontraram mais pobreza e desespero que aquela que já levavam… outros acabaram por vencer e até tornar a vida mais agradável. No entanto, o que é certo é que a história dos Estados Unidos da América começa muitos séculos mais tarde que a da Europa no geral.

No entanto, nós, com tanta história acabamos por não lhe dar valor. Já vimos tantos castelos que ver mais um não nos interessa… já vimos tantas ruínas que mais uma não é novidade… No entanto, por aqui, há algo que me fascina… ao virar de cada esquina há um pedacinho de história… em cada parede, em cada árvore… no chão cronologias da história mundial… nas árvores, placas às mulheres e às mães daqueles que serviram o país… mais à frente, na relva, uma simples placa que diz que ali viveu alguém que criou qualquer coisa que foi importante…é isso que me tem fascinado… miúdos que não gostam de história existem em todo o lado… mas não são as pessoas… são os locais… cada pedaço de história é tão humilde e tão simples… cada placa tem um pedacinho de orgulho pelo país e pelo sítio em que estão colocados… e agora me apercebo que a história pode ser feita de coisas tão simples e no entanto tão interessantes… a Europa tem tanta coisa tão bela que nos perdemos na sua grandiosidade e nem nos apercebemos que a história pode ser constituída por coisas tão simples e pequenas que a tornam mais tão ou mais grandiosa que qualquer outra…

This is Pixsburg, Pensivania gowen aht... see yinz tomorrow!

Happy Pi Day!

DSCN1308

Era suposto ter escrito isto ontem… mas em falta de melhor, escrevo hoje…

Bem, ontem foi dia do Pi. Para quem não sabe, o Pi é um número muito grande. Não em termos numéricos, mas sim em termos de tamanho… de comprimento… tão grande que o escreveram no chão em volta de todo o campus e não o conseguiram acabar…

DSCN1309
Início do número Pi no chão do campus da CMU

Não sei se houve tartes ou não… provavelmente até houve… no entanto tivémos tarte de galinha para o jantar… o que foi uma mera coincidência. :)

Em Roma sê romano, pelo que na América sê americano. Seguindo este ditado, comprámos no Domingo, os célebres Cheerios que em tantas fotografias se vêm! Não são Cheerios normais (de mel), mas sim de fruta (na realidade eu não sabia que eram de fruta… só conhecia o aspecto de ver nos filmes e séries de televisão…). Aqui está assim a minha tijela de flocos de Domingo à noite! :D

DSCN1306

:D:D:D!!!

Enfim… não são maus de todo mas acho que prefiro os originais de mel… Mas claramente os próximos que já estão na minha mira são os de chocolate! :)

E pronto… sem nada realmente de mais interessante para contar despeço-me por aqui… hoje foi mais uma sessão de Redon e Redondon… enfim… volta e meia há que fazê-lo… :)

This is Pixsburg, Pensivania gowen aht... see yinz tomorrow!

sábado, 12 de março de 2011

It's Up To You, New York, New York!!! (ou a viagem a Nova Iorque parte II)

Aqui estou de novo, para continuar o relato do meu Carnaval...

Tínhamos assim ficado, em Battery Park, junto a quatro estátuas da liberdade de óculos escuros, que seguravam bandeiras americanas e telemóveis nas mãos e que acenavam freneticamente a qualquer turista que se aproximasse para tirarem uma fotografia juntos e quiça mesmo, conseguir uns quantos cêntimos de dólar.

O dia era solarengo. Felizmente, muito diferente do dia anterior... ou a viagem de Ferry não deveria ser muito agradável...

Fizemos tempo uma vez que o nosso Ferry era só às 14h... vimos um castelo! Sim, um castelo que pode ser visitável! Quer dizer... um pequeno forte para aí do século XX... mas que tem uma bandeira americana com menos estrelas... ou seja, mais antiga... do tempo em que os Estados Unidos não eram compostos por tantos estados...

Vimos ainda algumas estátuas... algumas das aparentemente muitas que existem em Battery Park...




Bem... depois de um passeio pelo parque, fomos para a fila de entrada no Ferry...

A segurança é perfeitamente impressionante... depois de termos de passar por dois detectores de metais e de me fazerem tirar e pôr o cinto duas vezes, lá chegámos ao Ferry... já estava farta de "airport like security" como estava escrito nos vários cartazes ao longo do percurso até ao Ferry.

Finalmente chegámos ao Ferry. Primeira paragem - Liberty Island.

Liberty Island é, como o nome indica, o sítio onde está a Estátua da Liberdade...



Quando o Ferry atraca em Liberty Island, é possível aos visitantes visitar o parque, a loja de souvenirs, e, no caso de ter comprado bilhetes anteriormente, é possível subir à Estátua da Liberdade. Nós tínhamos bilhetes que davam acesso ao pedestal. Tentámos reservar para subir à coroa, mas os bilhetes estavam esgotados até meados de Junho... pelo que nos contentámos com o subir até ao pedestal.

Na subida, os visitantes podem visitar o museu sobre a construção da Estátua da Liberdade, onde podem inclusivamente ver esboços antigos, projectos, peças originais que foram retiradas por estarem a degradar-se e que foram substituídas, e mesmo até réplicas em tamanho original de partes da estátua para que o visitante se possa aperceber do tamanho real. As réplicas incluem a cara e um pé. Pode-se também ler sobre quem concebeu a estátua - Édouard Laboulaye - quem a desenhou - Frédéric Bartholdi - e em como este baseou a cara da Liberdade na cara da sua própria mãe, quem desenhou toda a estrutura de suporte, que ainda hoje está de pé - Gustave Eiffel... enfim, toda uma panóplia de factos sobre a estátua da liberdade... No final, ainda é possível ver várias cópias da Estátua da Liberdade feitas por diversas pessoas (uma das estátuas era toda feita em papel verde, por exemplo) e ainda uma vitrine onde podiam ser vistos vários anúncios de diversas marcas que utilizavam a imagem da Estátua da Liberdade. E depois então, faltavam cerca de 135 degraus para o pedestal e cerca de 300 para a coroa.

Charlotte Beysser Bartholdi, mãe de Frédéric Bartholdi e modelo para a cara da Estátua da Liberdade.
135 degraus depois, chegámos então à saída para o exterior. O vento era imenso lá fora, pelo que nos apressámos a dar a volta e a tirar algumas fotografias, e voltámos a descer.

Vista para cima...
Vista para baixo...
Corremos para apanhar o Ferry para Elis Island e para o Museu da Imigração.

Elis Island é o antigo porto onde os barcos que vinham para Nova Iorque, da Europa, atracavam. Era lá também que estava a hoje chamada Alfândega, ou Controlo de Imigração. Embora hoje se pergunte às pessoas que entram nos Estados Unidos se pretendem sequestrar ou raptar alguém enquanto estão nos Estados Unidos, é possível ver que algumas perguntas feitas ao primeiros imigrantes europeus que entraram nos EUA ainda se mantêm. Perguntas como se a pessoa a entrar é portadora, por exemplo, de Tuberculose.

O Museu tinha bastante informação, se bem que a vontade das pessoas no geral não era vê-lo... era mais encontrar uma casa de banho, e a seguir ficar sentado na cafetaria e comer qualquer coisa até o Ferry de regresso a Nova Iorque chegar. Enfim... demos ainda uma volta pelo museu.

Sala onde era feito o controlo de entrada
Depois do museu, apanhámos o Ferry de volta para Battery Park. Era ainda nossa ideia ir a China Town, mas não a conseguimos encontrar e, como as pernas já doíam de tanto andar, fomos de metro até ao hotel.

No terceiro e último dia, levantámo-nos cedo para ver o máximo possível.

Fomos até Central Park. Sítio onde muitos americanos estão já, às 8h da manhã a passear os seus cães e a andar de bicicleta, rodeados de placares que dizem que é proibido passear cães ali ou mesmo andar de bicicleta...


Depois de atravessar mais ou menos o Central Park fomos até à ONU. Demorámos de novo umas duas ou três horas a pé para lá chegar, mas ao menos vimos um lado diferente da cidade. Sutton Place... Avenida onde todos os prédios têm um porteiro que parece um porteiro de Hotel de Luxo, mas não é. É um porteiro de um prédio. Pelo aspecto dos edifícios é claramente possível imaginar o dinheiro dos habitantes daqueles apartamentos...

Chegámos então, cansados, à ONU, que, curiosamente estava em obras...


Depois de ver montes de transeuntes que tinham cartões azuis ao pescoço com o nome e a bandeira do país, (dois dos transeuntes tinham até a bandeira portuguesa...) dirigimo-nos ao Chrysler Building, acabando por parar depois numa pastelaria para beber um chocolate quente. :)


Voltámos depois a Times Square em direcção ao Hudson para passear um bocado mais e ficar mais perto do terminal de onde apanharíamos o Megabus de volta a Pittsburgh.

Parámos para comer qualquer coisa, passámos numa rua que só tinha lojas que vendiam, ou casacos de peles, ou guitarras... Dirigimo-nos a Maddison Square e ao Fashion Institute of Technology em frente do qual apanharíamos a camioneta. Depois de perguntarmos ao condutor da camioneta para Boston se era ali ele mandou-nos para uns quarteirões à frente, vimos de novo pelo Empire State Building, e apanhámos a camioneta de volta, para uma viagem de oito horas, desta vez de noite e com o desejo de voltar a Nova Iorque em mente...

I Want To Wake Up, In The City That Never Sleeps...

Nova Iorque...

a cidade dos sonhos, dos filmes, dos arranha-céus... também é a cidade com mais Starbucks e McDonald's por metro quadrado... enfim... típica Nova Iorque.

Foi lá que passei o Carnaval.

Sendo eu daquelas pessoas que sempre disse que não me interessava ir a Nova Iorque, vim de lá com uma inveja brutal daqueles que lá vivem... pelo menos daqueles que são ricos o suficiente para ter uma vida simpática em Manhattan, que daqueles que moram no Bronx ou em Queens não tenho inveja nenhuma... enfim... de novo, típica Nova Iorque...

Foram uns dias bem passados... no primeiro dia, depois de oito horas de viagem por uma secante estrada, chegámos a Nova Iorque.

Interstate de Pittsburgh, PA para Nova Iorque, NY.
Depois de uma viagem de metro em que as pessoas que pedem cantam realmente bem e fazem com que a viagem atribulada por entre túneis e paragens deprimentes e enegrecidas pela poluição pareça mais alegre, saímos e encontrámos o hotel.
Decidimos fazer a Broadway até Times Square a pé. Com um pequeno pormenor... chovia torrencialmente... Mas fomos.
Quem disse que a Broadway era a rua das luzes e dos teatros enganou-nos muito bem. A Broadway é a rua das lojas de fruta e mercearias. Ah, e da célebre Apple Store... onde entrámos só para ficarmos deprimidos a ver coisas que não podíamos comprar...

Apple Store na Broadway
Bem, finalmente chegámos a Times Square com as calças ensopadas (benditas botas e bendito impermeável. :) ) e com uma vontade enorme de nos sentarmos. A Broadway é enorme e só fizemos para aí um terço dela... e andámos para aí quase duas horas (se não foi mais)! Enfim... tempo de beber um Mocca no Starbucks... Afinal estávamos em Nova Iorque! :)

A Times Square à noite é de tirar o fôlego... todas as luzes, todos os anúncios, todo o movimento... tal e qual os filmes... é simplesmente impossível descrever a sensação que se tem de estar no meio de todas as luzes...



Continuava a chover, pelo entrámos no Toys'R'us para secar um bocadinho. Era enorme... até tinha uma roda gigante no interior. Havia ainda uma secção dedicada aos chocolates Wonka, à LEGO, com os monumentos famosos de Nova Iorque lá construídos, e ainda uma secção dedicada ao Parque Jurássico, com um robot Tiranossaurus Rex à escala real. Enfim... absolutamente incrível.

A roda gigante dentro do Toys'R'Us
A Estátua da Liberdade - um dos vários monumentos feitos em LEGO

Bem, depois de sairmos, fomos claramente jantar aos McDonald's mais iluminados que alguma vez vi... e maiores... com três andares!
Assim foi o primeiro dia numa das cidades mais populadas da América e do mundo... depois de Times Square, comprámos bilhetes de metro e seguimos para o Hotel...

No segundo dia foi levantar cedo para ver o máximo possível... afinal era o único dia inteiro que lá iríamos ficar. Pelo que começámos o dia por ir de metro até Times Square (agora de dia) e depois seguimos a pé na Broadway do sítio de onde tínhamos acabado o percurso no dia anterior.
Passámos no Bank of America, um edifício perfeitamente espectacular. Aproveitámos claramente para tirar algumas fotografias do local:

Times Square à luz do dia...
Bank of America visto de baixo...
Seguimos então a Broadway... até ao Empire State Building... que claramente superou qualquer expectativa da sua altura... nunca vi nada tão alto...

Empire State Building - claramente difícil de fazer caber em qualquer fotografia...
De novo, depois de uma paragem para tirar algumas fotografias até ter um torci-colo (como é que isto se escreve? Isto é a sugestão do corrector do Chrome... não tenho culpa se estiver mal escrito...), continuámos pela Broadway, agora rumo a Madison Square...



... e ainda Greenwich Village...


... e depois de Greenwich Village, Ground Zero... o histórico lugar das Torres Gémeas destruídas no 11 de Septembro...

... não antes de tirar algumas fotografias a curiosidades tão fora da realidade americana...


Ground Zero
Memorial de todos os bombeiros que ajudaram no 11 de Setembro
... e ainda alguns insólitos que ainda nos perguntamos o que raio serão... :S


E agora, rumo a Wall Street!

A Wall Street e os seus arredores são uma mudança enorme na paisagem... de uma cidade moderna onde monstros de vidro e metal tocam os céus, recuamos uns séculos até Roma Antiga... colossais templos romanos estendem-se na rua. Construções de pedra branca cheias de escadas e colunas que gritam "nós somos o poder e vocês não nos conseguirão derrubar".


Embora quase consigamos imaginar as pessoas que andam nas ruas de fato, gravata e pasta preta na mão, vestidos com togas, há sempre os turistas comuns na época em que vivemos que não saem da frente das estátuas...




Bem, e depois de todo o passeio, hora de almoço e de ir para o porto, uma vez que tínhamos bilhetes para o Ferry para Liberty Island e para Elis Island.


Bem... por agora ficarei por aqui... continuarei a seguir com a segunda parte da viagem... :)

E como sempre...
This is Pixsburg, Pensivania gowen aht... see yinz tomorrow!