A Joana tem razão. Este blog tem andado ao abandono.
Não é que não se queira saber dele, mas o facto é que parece que os posts nascem na cabeça e por lá ficam.
A mim não me faltam ideais, todas excelentes para dezenas de posts, que escrevo e corrijo naquela hora tardia a que geralmente me meto na cama. Surgem em alturas pouco convenientes - quando estou a fazer o jantar, ou a corrigir trabalhos, ou a conduzir, ou a dar aulas, ou a tentar dar alguma ordem ao escritório, ou acabei de me deitar e acho que já não me levanto para escrever o que quer que seja.
Ao ler os posts da Joana surgiu-me a ideia de um upgrade - Why blog if you can tweet?
Se calhar é mesmo a solução.
Então vejamos.
M. Praia magnífica, temperatura perfeita, mar chão - vou buscar o fato de banho e aproveitar... 28 Set
M. Uáu! Que maravilha de mar - vou buscar o fato de banho e aproveitar enquanto há... 03 Out
M. Espectáculo! É já ir buscar o fato de banho e vir à água... 04 Out
Claro que com uma vida tão ocupada só dá para tweetar/tuitar...
No meio desta azáfama que tem sido causada por um verão tardio e extraordinário (temperaturas de 28º em Santa Cruz e mar a 18º não é coisa normal), a vida real não parou - as aulas entraram na sua rotina; morreu a mãe de 4 alunos meus que, em sequência, me passaram pelas aulas, e com quem criei laços especiais; reencontrei a paixão pelo Senhor do Anéis agora que O Hobbit se anuncia; fomos ver a Meia Noite em Paris do Woody Allen; morreu o Steve Jobs.
Coisas menores e coisas maiores.
Do Steve Jobs guardo sempre a lembrança da expectativa das suas apresentações únicas. Que gadget iria ele dessa vez mostrar? Que coisa única iria desta vez despertar a nossa cobiça?
De todas as vezes que a TIME o colocou na capa (7,individualmente) houve sempre uma razão nova. Em poucos anos apresentou-nos "coisas" que alteraram para sempre a nossa vida e a nossa relação com os outros. Se aos 15 anos eu teria sonhado com um iPod, agora continuo a sonhar com o único portátil que verdadeiramente desejei ter, o MacBook Air. Do discurso de Stanford, em 2005, as palavras que mais me impressionaram são as que convidam à independência, tão necessária numa época de "cookie-cutter thought", de pensamento pré-feito e modelado, formatado, tantas vezes, infelizmente, pelos mesmos meios que mais deveriam contribuir para a libertação individual:
"Don't be trapped by dogma - which is living with the the results of other people's thinking. Don't let the noise of others'opinions drown out your own inner voice. (...) Stay hungry. Stay foolish."
Dos restantes acontecimentos ou acasos nada há de especial a escrever.
Resta -me um comentário ao post anterior.
É curiosa esta questão das unidades métricas uma vez que aqui em casa houve uma conversa muito interessante, talvez há duas semanas, iniciada com esta pergunta insidiosa (venenosa e provocatória...) do Mário "Olha lá, sabes quanto é uma pound (libra)?". Fiquei a olhar para ele e disse "Mais ou menos meio quilo?... o dicionário tem a conversão...". Pensei que tinha arrumado a questão. E sai-me o Mário com um sorriso vitorioso e uma uma prédica sobre a libra que me deixou derreada - as alterações ao peso e valor da libra eram tantas e tão rápidas que fiquei na dúvida se alguma vez iria comprar alguma coisa a peso num país saxónico. Não tenho dúvidas de que serei facilmente enganada. As alterações e ajustamentos ao longo do tempo, muitas vezes com intervalos extremamente curtos, têm sido inúmeras. Podem consultar a Wikipedia se o assunto vos fascinar. Podem crer que fascina...
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