De acordo com a meteorologista de serviço às 7:10 da manhã, o dia iria ser soalheiro, com céu azul e temperaturas primaveris, quase sem excepção Europa fora (claro que havia a Grã-Bretanha e a Holanda, mas esses não contam...), de Roma a Berlim, de Lisboa a Praga.
Em toda a Europa "a Primavera está a chegar"(sic).
Toda? Não! Ainda e sempre uma pequena aldeia resiste ao invasor!
Então vejamos. Às 7 da manhã a casa do nosso vizinho escondia-se-se na bruma, o céu estava toldado (de toldo), e lá ao fundo vislumbrava-se o topo fantasmagórico do abeto da casa ao fim da rua. A atmosfera tinha aquele tom entre o branco e o cinzento, que em alguns lugares pode prefigurar a neve mas aqui só adivinha uma percentagem desumana de humidade, que se infiltra nos ossos, ensopa as camisolas e parece só servir para manter as plantas minimamente viçosas sem que seja preciso regá-las.
Durante toda a manhã o tempo não melhorou. Quando saí de casa já o sol devia ir alto. Só tinha aulas ao meio dia. Ainda estava frio e a caixa do correio escorria como se tivesse chovido. Finalmente, por volta da uma o sol começou a querer romper o manto branco, deixando adivinhar que iria retirar-se cedo.
Regressei pela marginal. O mar estava cinzento, cheio de espuma, com um aspecto invernoso que condizia com a neblina que pairava. Não tinha ar de primavera mas havia uma suavidade na paisagem que nos fazia perdoar o frio e a humidade.
Talvez seja por isso que a aldeia resiste ao invasor.
Porque só nestas alturas, sem maquilhagem de verão, mostra uma beleza que só quem aqui vive tem hipótese de apreciar.
Talvez seja por isso que a aldeia resiste ao invasor.
Porque só nestas alturas, sem maquilhagem de verão, mostra uma beleza que só quem aqui vive tem hipótese de apreciar.
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