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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Americanices!...

Era assim que o avô classificava as coisas estranhas e pretensamente úteis que, ao longo dos anos 50 e 60, foram  surgindo aí desse lado do atlântico.
Mais tarde lembro-me de ter lido em algum sítio que a vitalidade de uma economia de consumo se media pela capacidade de oferecer uma grande variedade da mesma coisa e conseguir com isso obter bons lucros.

Acho que estás a verificar in loco o que se afirma.

Todos nós sabemos que qualquer pessoa pode beber água. Ou aquilo que geralmente julgamos ser água, isto é, um líquido incolor, inodoro e insípido. Mas também sabemos que, para ser de qualidade, a água deverá ter cor, cheiro e sabor. Basta ver as últimas novidades. Para além disso deve ter vitaminas e minerais, mesmo proteínas. E fibra.
Considerando bem, não é nada estranho. A civilização está apenas a devolver-nos as águas originais onde os nossos antepassados matavam a sede. Basta tentarmos imaginar os poços e charcos de alguns locais mais primitivos - não lhes deve faltar cor, cheiro, sabor e fibra.
Mas é melhor não darmos ideias a ninguém, senão um dia destes aí temos garrafas de "água genuína" trazida directamente de algum charco africano. E não sei se por aí existe seguro de saúde que cubra as consequências.

Quanto às manteigas e outras coisas do género é evidente que convém sempre manter um "original one". Há sempre uns puristas da alimentação que recusam as novidades e evoluções da nutrição. Nem sabem o que perdem. Manteiga que sabe a margarina e margarina que sabe a manteiga, manteiga em spray, margarina em tubos de pasta de dentes, óleo sólido para frigideiras anti-aderentes... porque não?


"Necessity is the mother of invention." Obsoletamente vitoriano.
Hoje será mais a afirmação de McLuhan: "Invention is the mother of necessity."

É preciso ter muita lata!...

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