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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Aqui não nevou...

Parece que o tempo efectivamente nos separa.
Por aqui não nevou, não neva... e parece que não vai nevar.
Por aqui o tempo está primaveril - hoje 18º, amanhã 20. O céu já tem um azul transparente e luminoso e as nuvens parecem claras em castelo. Há um ventinho fresco de manhã e à noite, mas isso não impede os tops de alças de sair à rua.

Hoje fui para Lisboa logo de manhã - de camioneta. Um seminário sobre uma Europa multilingue e o ensino de línguas tinha-me parecido um programa interessante.
Saída no Campo Grande, metro até ao Rato e caminhada até à Academia das Ciências.
Sabe bem caminhar de manhã, com o ar fresco a bater na cara, a ver a gente a passar com passo ligeiro.
Sabe bem sentir o cheiro a café e a bolos ainda quentes.
Mas se o Rato e a Escola Politécnica já se enchiam de gente atarefada, a Rua do Século ainda estava deserta e pelas janelas entreabertas adivinhava-se o silêncio endorminhado de gente acabada de acordar. Cruzei-me com duas ou três pessoas pouco apressadas. Nem carros subiam ou desciam. Ao fundo, à esquerda a Rua da Academia das Ciências. À porta, surpresa agradável, a Diana.
Entrámos.
O interior espanta-a. A fachada simples, mesmo humilde, não o deixa adivinhar. A biblioteca é magnifica e é ali que vai decorrer o ciclo de conferências. Um frio subtil infiltra-se em nós ao longo da manhã e faz-nos agradecer o café quente e os pastéis de nata mornos que nos oferecem. E o bolo de chocolate, suculento, que nos obriga a lamber os dedos.

Biblioteca da Academia das Ciências
Quando saí o ar estava temperado e agradável. Desci até ao Chiado em jeito de passeio, cruzando ruas estreitas e íngremes que descem até ao rio, de que, aqui e ali, vislumbrava nesgas.
A Baixa estava cheia de gente loura e rosada pelo sol, com ar de férias fora de tempo.
Parei aqui e ali, bisbilhotei lojas, procurei postais e tomei café na Suiça.
Depois meti-me no metro e preparei-me para voltar para casa. .

Só então me apercebi que me doíam os pés.

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