Ora lembremos José Mário Branco:
Vergonha e escândalo... este blog tem andado ao abandono!
Nesta semana de Páscoa tinha pensado deixar aqui umas "coisas" sobre o Estado da Nação - uns pensamentos, umas opiniões, alguma má-língua. Os temas eram variados e alguns muito apropriados.
Para começar, o silêncio do Presidente.
Dava um bom título de filme, com as maiúsculas nos sítios certos: O Silêncio do Presidente. Poderia era confundir-se com um outro filme e espalhar a confusão: o protagonista do outro, ainda por cima, também se chama Hannibal, Dr. Hannibal, um serial killer da mais fina água...
Esta questão do silêncio do Presidente serviria para justificar o nosso silêncio.
Se o Presidente da República se remete ao silêncio e nada diz a ninguém (ninguém mesmo...), nós podíamos perfeitamente seguir-lhe o exemplo. Reconsiderei posteriormente porque eu nem sequer escrevo no Facebook (o que me impossibilita de ser amiga do Presidente) e me tira razão, pois o Presidente escreve e opina e eu não. Todos sabemos que escrever no silêncio universal e globalizante do Facebook é melhor que discursar para os Portugueses. Aliás Santo António que, segundo o Pe. António Vieira, botou sermão aos peixes, só o fez por duas razões: os Portugueses não o queriam ouvir e ainda não havia Facebook.
O facto é que o Presidente se tem remetido a um silêncio que nem o FMI consegue quebrar. Dívida, deficit, desemprego, impostos, PECs, bancarrota, nada levou o Presidente a quebrar um silêncio de eremita, a vir a terreiro com palavras de "Vamo-nos a eles!" ou "Estou convosco, cortem o meu salário!" ou mesmo "Tenham calma que há salva-vidas para todos! Mulheres e crianças primeiro!". Qualquer coisa servia.
Que diabo, sempre disse no discurso inaugural que queria ser o "Presidente de todos os Portugueses" e que iria ter uma "Presidência activa". No primeiro caso é verdade, desde que os Portugueses tenham Facebook. No segundo, é mais tipo Becel, mais tipo "pró-activa"...
Afinal, tenho de morder a língua: o Presidente falou. Ontem. No 25 de Abril, este ano celebrado no Palácio de Belém, por via de não haver governo. Aliás acho que falou porque falaram mais 3 (três) presidentes: Ramalho Eanes, Mário Soares e Jorge Sampaio. Escrever só no Facebook não estaria bem. Se até o Ramalho Eanes ia falar...
Depois vinha o Governo, a Oposição e a Troika.
Também dava um bom título de filme. Do Peter Greenway, género O Cozinheiro, o Ladrão, a Mulher dele e o Amante dela. Deixo à imaginação quem iria desempenhar cada um dos papéis. No filme original, a mulher faz justiça executando o ladrão, mas na versão barata que nos cabe não há mulher que nos valha e parece-me que a moral é mais "não o podes vencer, junta-te a ele".
As discussões domésticas entre Governo e Oposição, o primeiro demissionário e a segunda ansiando pelo lugar, podem competir com os diálogos dos Monty Python, com a diferença que não são inteligentes e não nos fazem rir.
Tragam os Monty Python!
No fim de tudo vinha o 25 de Abril.
Há 37 anos fez-se história, isto é, História.
Mas nós sabemos o estado da Educação em Portugal, sabemos que o estudo não é o nosso forte, que a História não é uma disciplina muito popular. Mas a data é óptima (ótima), presta-se a um bom feriado e este ano foi perfeita - colou com a Páscoa! Para mais o tempo melhorou no final da semana...
Não sei porquê, quando li as parangonas do Expresso no sábado só me lembrei de uma canção.
Aí fica, para que nestes tempos que vivemos ela não esqueça.
O grande Zé Mário & o enorme Zeca!
ResponderEliminarbeijos.