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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

O Zeca anda por aí...

Em dia de celebração e saudade de Zeca Afonso muitas são as memórias que assim em magotes, desordenadas e espontâneas, me trazem momentos e rostos que me ajudaram a ser quem hoje sou: o Casalinho do Zé Manel, os passeios pela serra, os concertos noturnos, o Mota e os mil um filmes que discutimos, o António Campos e o Acácio de Almeida, a Era Nova, o Henrique e o Samuel que nos levaram para lá, o Zeca Afonso a tocar na Maceira, trazido sabe Deus como, a ideia "peregrina" de trazer o Fausto a pescar a Santa Cruz e, de caminho, pedir-lhe para tocar umas coisas... o jornal Área e a Cooperativa, os serões, as reuniões de amigos. As infindáveis discussões.

E tantos outros. O Manel do Bar, o Zico a tocar viola, o cantar até de madrugada. Até mesmo o ver repetidamente, em tudo o que é documentário sobre o 25 de Abril, a Dra. Lucília a sair abraçada com gente que saía da prisão de Caxias, no dia em que as portas da prisão se abriram.

Tudo se mistura na minha memória, e é mesmo assim que deve ficar.

Tal como as canções que ouvimos, cantámos e celebrámos. Em tudo pairava o som do Zeca Afonso como se ele fosse o compositor da enorme banda sonora do filme que todos estávamos a viver.
Aqui ficam alguns desses pedaços de memória em que o Zeca Afonso está sempre presente.
Mesmo depois da morte.









terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Have a Geek Valentine’s Day!

Parece que o Dia 14 de Fevereiro ainda não acabou, pelo que ainda posso fazer este pequeno post. Uma vez que se está a falar da banda sonora para o Dia de São Valentim, depois de quatro anos de matemática em cima, não posso deixar de divulgar as músicas da minha própria “espécie”.

Assim sendo, aqui fica, francamente uma das mais românticas poesias em “notação matemática”, candada pelos Klein Four Group (para informações sobre o tema, não a banda, fica aqui o link da Wikipedia)

Deixo ainda a letra, com links para os conceitos, para os mais curiosos que queiram saber a matemática por detrás da música.

The path of love is never smooth
But mine’s continuous for you
You’re the upper bound in the chains of my heart
You’re my Axiom of Choice, you know it’s true

But lately our relation’s not so well-defined
And I just can’t function without you
I’ll prove my proposition and I’m sure you’ll find
We’re a finite simple group of order two

I’m losing my identity
I’m getting tensor every day
And without loss of generality
I will assume that you feel the same way

Since every time I see you, you just quotient out
The faithful image that I map into
But when we’re one-to-one you’ll see what I’m about
‘Cause we’re a finite simple group of order two

Our equivalence was stable,
A principal love bundle sitting deep inside
But then you drove a wedge between our two-forms
Now everything is so complexified

When we first met, we simply connected
My heart was open but too dense
Our system was already directed
To have a finite limit, in some sense

I’m living in the kernel of a rank-one map
From my domain, its image looks so blue,
‘Cause all I see are zeroes, it’s a cruel trap
But we’re a finite simple group of order two

I’m not the smoothest operator in my class,
But we’re a mirror pair, me and you,
So let’s apply forgetful functors to the past
And be a finite simple group, a finite simple group,
Let’s be a finite simple group of order two
(Oughter: "Why not three?")

I’ve proved my proposition now, as you can see,
So let’s both be associative and free
And by corollary, this shows you and I to be
Purely inseparable. Q. E. D.

Espero que gostem!

Valentine´s Day

Hoje levei poesia para a aula. Afinal de contas o Dia de S. Valentim é uma celebração antiga nos países de língua inglesa.
Pois levei Shakespeare.
Eh!pá! Coisa pesada...

Não. Afinal aquilo que é belo será sempre belo e até os meus alunos são sensíveis a isso.
Há lá coisa mais bonita que dizer a alguém "Shall I compare you to a Summer's day?" e responder imediatamente "No. You are more lovely and more temperate!"

E deixei-os seduzirem-se pela ideia de que afinal Shakespeare não é um terror e até se consegue perceber, com uma pequena ajuda.

Depois lembrei-me da banda sonora para o dia de hoje e só me ocorreu uma, talvez porque continuo a ouvi-la como quando ela saiu e continua a trazer-me as mesmas sensações: I wish you were here, para além de todas as leituras, é uma esplêndida declaração de amor.

Aqui fica - uma banda sonora para o dia de hoje.