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sábado, 23 de julho de 2011

Será que acabou mesmo?

Bem, alguns dias depois de me terem dito que podia ter escrito também eu alguma coisa sobre o Harry Potter, aqui estou eu. Mas não se iludam. Não vou escrever nada. Porquê? Porque há determinados assuntos sobre os quais só consigo fazer um texto de jeito quando estou "para ali virada" e francamente não tem sido o caso...

Não... não venho escrever nada. O que venho escrever já foi escrito... ou seja, sim, houve um dia em que me apeteceu escrever alguma coisa sobre o Harry Potter... mas não foi aqui. Acontece que por acaso foi dia 15 também, dia seguinte à estreia do filme e data do post anterior.

Porque é que não escrevi logo aqui? É uma boa pergunta. Aparentemente escrever para pessoas completamente estranhas é muito mais fácil que o fazer para pessoas conhecidas. Mais ainda, escrever para si próprio é ainda muito mais fácil. Numa inspeção rápida ao meu computador é fácil notar a quantidade de textos que escrevi e que estão protegidos com tantas passwords que mais parecem a pedra filosofal. E não, a password não é Fluffy. Sei que ninguém os vai ler, até porque primeiro há que passar por conseguir algum tempo com o meu  computador, e depois é preciso entrar nele. E sim, eu deixo-o sempre trancado. Não é que os textos não possam ser lidos... simplesmente revelam mais sobre a minha personalidade que outra coisa... são como pequenos diários protegidos com chaves muito melhores que uma fechadura que pode ser facilmente aberta com um clip. Enfim... são pequenas incursões que me permitem fechar-me na minha bolha onde não há crise, não há preocupações e a vida é muito mais fácil. Descansa mais que ver um filme... Enfim... voltando ao que interessa (como podem ver hoje até parece ser um daqueles dias em que abro o computador e os meus dedos funcionam em conjunto com a minha cabeça sem eu sequer dar por isso).

O texto sobre o Harry Potter. Tudo o que foi escrito anteriormente é verdade. Cresci, é verdade, e o Harry, a Hermione, os Weasleys (e o resto dos Gryffindors, o Malfoy e o resto dos Slytherins, a Luna e o resto dos Ravenclaws, a Hanna Abbot, o Justin Finch-Fletchley e o resto dos Hufflepuffs e até mesmo os personagens adultos onde o crescimento é menos visível) cresceram comigo. Não há muito que neste momento lhes queira acrescentar... talvez mais tarde, mas não agora.

Enfim... venho assim deixar aqui o outro texto que escrevi, no entanto está em inglês, pelo que peço desde já desculpa a quem o ler e não o conseguir perceber.

Aqui fica ele: Intersect: The Boy Who Lives

sexta-feira, 15 de julho de 2011

It all ends...



Sem dúvida em tempo de silêncio, o nosso blog tem estado parado, como quem espera por acontecimentos.
Parece pouco credível esta razão, porque "acontecimentos" é coisa que não tem faltado.

Vejamos.

No dia 6 de Maio a Joana regressou dos States, motivo que levou ao início deste "tempo de silêncio" (agora sempre podíamos blogar pessoalmente...), depois houve eleições no dia 5 de Junho, acabou a escola, começaram exames, a Moody's continuou a baixar regularmente o rating de Portugal atirando-nos literalmente para o lixo, a Moody's cortou o rating de várias cidades portuguesas atirando-as também para o lixo, as mesmas cidades cortaram relações com a Moody's, o governo anunciou que metade do nosso 13º mês iria desaparecer em imposto extraordinário... como se vê acontecimentos não faltaram.

Mas se nada disto me convenceu a escrever deu-se hoje (ontem) um acontecimento que não podia passar em branco: a estreia do último filme do Harry Potter.





Eu bem podia "dourar a pílula" e mascarar-me de intelectual, e dizer que o Harry Potter marcou uma época e uma geração, que devolveu à leitura centenas ou milhares de miúdos, que trouxe de volta ao universo infantil aquela realidade crua do sofrimento e da morte que fora completamente arredada dele "para não traumatizar as crianças", que assim não sofrem tanto quando atropelam velhinhas no Grand Theft Auto. Também podia iludir quem por aqui passa com "intelectualices" do tipo "linguagem marcada pela recuperação da mitologia", simbolismo das personagens e das situações, e sei lá que mais...

Mas não.







Hoje fui simplesmente despedir-me de uns amigos da Joana, que entraram cá em casa quando ela tinha nove anos, e por aqui apareceram regularmente até este ano, em que ela fez 21.












Vieram muitas vezes nos meus anos, outras vezes por altura dos anos dela, tornaram-se amigos íntimos. Agora vão seguir cada um o seu caminho.


Era impensável não ir à estreia do último episódio das suas aventuras.

Olho para eles e vejo a Joana e os miúdos e miúdas que passaram aqui por casa, que cresceram, ganharam formas, deixaram crescer a barba ou cortaram o cabelo, e estão agora a tratar da sua vida.
















Olho para eles e vejo a Joana e o Rafael e o Joel, vejo a Catarina e o Francisco, e vejo como eles têm de ir construir a sua vida e como tiveram tantos momentos de pura magia ao longo de uma infância e adolescência partilhada com verdadeiros amigos.








Lembro-me do primeiro livro lido pela Joana em dois ou três dias, e dos momentos únicos em que esperámos na FNAC pela meia noite do lançamento dos seguintes e das idas cheias de entusiasmo às estreias de cada um dos filmes que vieram a seguir.



Lembro-me dos carnavais, dos cachecóis tricotados a rigor, dos posters no quarto e do Joel sentado na frente deles em desafio à semelhança com Harry Potter.



Tenho de afirmar que cada um dos livros me encantou, como criança, como mãe e como professora.
Afinal Hogwarts e a minha escola não são assim tão diferentes.
E os adolescentes são incrivelmente parecidos, e têm as mesmas parvoíces e as mesmas extraordinárias qualidades.

It all ended today.




Não, não acabou tudo hoje. Os amigos ficam para sempre mesmo que sigam caminhos diversos.

Isso não nos impede de ter saudades deles.